A Pirâmide. Ela começa como uma miragem cintilante na planície árida da desesperança econômica que atravessou a vida de um indivíduo qualquer. Uma ilusão de riqueza, talvez? Não, é algo mais perverso. É uma estrutura monstruosa. Um amálgama construído não com tijolos ou pedras, mas com promessas vazias e corpos. Cada nível, cada degrau, sustentado pelo próximo cadáver que acredita ser escolhido para uma nova chance, e que finalmente chegará ao topo. Os primeiros participantes são atraídos com promessas de uma recompensa fácil, de um fluxo contínuo de riquezas que vai escorrer lentamente até o último degrau. A esperança de que poderão saldar as dívidas que acumularam quando vivos. Mas aí reside a mentira. Não há fluxo. A força aglomerada na pirâmide vem de novos recrutas. Eles acreditam que, se conseguirem trazer mais pessoas, subirão na pirâmide. Mas isso nunca vai acontecer. A pirâmide sempre vai se expandindo, sugando mais e mais vidas e corpos para sustentar aqueles poucos que, de forma precária, se mantém alimentados. No fundo, os mortos que se juntam à pirâmide sabem. Cada um, em algum canto escuro do que restou de sua consciência, tem a noção de que é uma fraude. Mas a ganância, o desespero ou talvez a vontade de pertencer a algo maior os cegam. A pirâmide é podre. É assim que surge a Fome. A pirâmide é faminta. Ela busca sustentar seu peso se alimentando de mais vítimas para compor sua base. Dezenas de mãos cadavéricas com garras afiadas dilaceram a carne dos novos membros e dentes de predador devoram os corpos que farão parte do esquema. É um jogo cruel. As pirâmides não foram construídas para se sustentarem... elas são feitas para devorar. Instinct: Expandir a pirâmide

• Junte-se ao esquema
• Falsas promessas